Manifesto pela original e tradicional Doutrina do Daime
Fundamentos da Doutrina
A Doutrina foi recebida no Brasil por um brasileiro nato e em língua portuguesa. Foi estabelecida e eternamente mantida por seu único e verdadeiro fundador, sendo ele quem comanda os trabalhos, sem sucessor ou mediador. Somente a ele e às suas determinações nos referenciamos. Para nós, basta conhecer aquilo que foi instituído até o dia 6 de julho de 1971. Não reconhecemos qualquer outra instrução ou revelação.
A Doutrina é uma só: atual e imutável, com rito, liturgia e forma própria. Ou você se submete a ela ou pratica outra coisa. A atitude do membro deve ser de conhecer, aprofundar-se nos estudos e adequar sua vida e práticas aos ensinos e mandamentos da Doutrina. Não o contrário.
Preservamos a tradição e a história e acreditamos que a informação verdadeira, registrada em fatos e devidamente documentada, deve ser livre, descentralizada e amplamente distribuída. Todavia, defendemos que cada ser é livre para assumir seu destino e as consequências de suas escolhas.
Há pessoas e grupos com valores e práticas absolutamente diferentes das nossas. Repudiamos a tentativa de estabelecer qualquer relação entre tais grupos e a Doutrina Tradicional do Daime. A mentira é uma forma de escravidão.
Diretrizes e Referências
Nos orientamos pela mensagem dos hinários tradicionais da Doutrina, a saber:
Vós Sois Baliza;
O Cruzeiro;
Seis de Janeiro;
O Mensageiro e Amor Divino;
Pelo Decreto de Serviço estabelecido no ano de 1970 pelo Mestre.
Reconhecemos o empenho e dedicação incansável de todos os antigos da Doutrina, assim como de seus sucessores naturais: aqueles que receberam o Daime e o título de Soldados da Rainha pelas mãos do Mestre. Fiéis balizas que, por sua fidelidade, preservaram para os modernos a oportunidade de conhecer a história viva e a originalidade da Doutrina.
Referenciamos esses dedicados na figura de sua expoente maior, a Senhora Peregrina Gomes Serra: fiel legatária dos ensinamentos, guardiã incansável, senhora sábia e zeladora caprichosa da Doutrina de Mestre Irineu. Empenhamos nosso agradecimento e obrigação em honrar sua memória.
Princípios do Manifesto
Seguimos os seguintes princípios:
Dieta ritual: Observamos a dieta de três dias antes e três dias depois para participar de qualquer trabalho com o Daime.
Feitio do Daime: O feitio é o trabalho basilar da Doutrina. O cipó é cortado no terceiro dia da lua nova, e o preparo é feito apenas com a fervura da água para o cozimento e a fervura do cozimento para o apuro.
Pureza da substância: Não se mistura o Daime com qualquer outra substância alteradora da consciência.
Ritual e Liturgia: O Daime tem ritual e liturgia próprios, sem incorporação ou mistura com outras práticas e segmentos.
Calendário oficial: Cumprimos o Calendário de Trabalhos Oficial, anual e tradicionalmente estabelecido.
Estrutura do Centro: O formato do Centro é retangular. A mesa é composta por um Cruzeiro, três velas e flores. A ornamentação do salão é simples e discreta.
Uso da farda: A farda é utilizada com cores, adereços e forma originais.
Rejeição ao culto à personalidade: Não cultuamos a personalidade dos dirigentes dos Centros, evitando idolatria e fanatismo.
Proibição de comercialização: Não comercializamos o Daime, a folha ou o cipó, nem vinculamos cobranças financeiras à participação nas sessões.